Lacrimologia, sexo e rock 'n roll (1990-1995)[editar]
A história do
Tool começa em
1990, quando
Maynard James Keenan, aluno da
Kendall College of Art & Design, conheceu
Adam Jones, técnico em efeitos especiais do estúdio de
Stan Winston. Eles descobriram ter outra coisa em comum fora a fascinação por arte contemporânea: a
música. Maynard e Adam começaram a compor juntos e chamavam dezenas de músicos para ensaiar. Eles usavam o estúdio de ensaio pessoal de
Danny Carey, vizinho de Maynard e amigo de Adam. Danny foi apresentado a Adam por
Tom Morello (
guitarrista do
Rage Against the Machine), com quem Adam havia tocado baixo numa banda chamada
Electric Sheep. Por indicação de Morello, Danny Carey se ofereceu para tocar bateria com Maynard e Adam, pois ao mesmo tempo sentia pena dos dois por não acharem ninguém para tocar (as pessoas que eles chamavam nunca retornavam ou então sequer apareciam).
Na mesma época,
Paul D'Amour tinha se mudado para Los Angeles para trabalhar no meio cinematográfico, realizando efeitos especiais para dos filmes
O Exterminador do Futuro,
Jurassic Park e
Predador 2, e já estava desistindo de ser músico quando conheceu Adam, que o convidou para tocar, sendo Paul um excelente baixista. Uma curiosidade: D'Amour estava sempre de mau-humor, e seu estado de espírito influenciou muito a sonoridade das músicas, que encaixaram perfeitamente com sua personalidade. Com a banda formada, eles começaram a ensaiar regularmente na casa de Danny Carey.
Depois de quase se chamarem
Toolshed, eles escolheram a alcunha de ser simplesmente Tool, pelo fato de quererem que sua música fosse uma "ferramenta" para a compreensão da
Lacrimologia, a "ciência do
choro" como terapia, que consiste em evoluir explorando sua dor física e emocional. Os temas mais comuns nas composições são críticas à
religiosidade, à sociedade
americana e à
sexualidade.
Mesmo sendo uma banda de sonoridade alternativa e incomum, o Tool ganhou as paradas de sucesso, em parte, pela polemica, em parte por seus clipes, obras lapidadas a esmo e elevadas ao status de "
curta-metragens". Após certo tempo, eles começam a abrir shows para
Rollins Band,
Rage Against the Machine e
Fishbone. Nessa época, eles gravam demos de quatro canais das canções
Cold & Ugly,
Hush,
Part of Me,
Jerk-Off,
Crawl Away e
Sober. Apenas as quatro primeiras entrariam no EP
Opiate, lançado em
Abril de
1992, pela
Silvertone Records, da
Virgin.
Opiate, que continha apenas as composições mais pesadas e curtas, fez com que todos achassem que se tratava de uma banda de
thrash metal. Assim, a banda conseguiu uma certa exposição e boa vendagem com
Opiate. Gravaram um clipe para
Hush (dirigido por
Ken Andrews, do
Failure), onde todos da banda aparecem amordaçados e nus, com uma placa escrita: "Parental Advisory: Explicit Parts" cobrindo suas partes íntimas, pois a música fala sobre censura. O vídeo não foi lançado de maneira oficial, e mesmo sendo boicotado pela MTV americana, não impediu sua repercussão, e a faixa
Sweat foi adicionada à
trilha sonora do filme
Scape From L.A.
Chega às lojas
Undertow, em uma versão censurada do primeiro álbum original. Algumas lojas trocaram a capa original (um desenho de uma escultura de Adam Jones, uma espécie de caixa torácica vermelha com costelas em forma de tentáculos) por um
código de barras gigante. A parte interior e traseira do encarte ainda traziam fotos como uma mulher extremamente obesa nua, sozinha, e uma outra foto da mesma mulher com um homem nu deitado sobre ela, além de uma radiografia com um enorme vibrador dentro de uma cavidade anal. Em edições não censuradas, existem também fotos de uma vaca lambendo suas genitálias e um porco empalado por uma série de garfos - esta, real. Como a arte gráfica do álbum sugere,
Undertow é um álbum cru, com nuances mais melódicas e densas, faixas beirando os cinco minutos.
Com o álbum catapultado pelos vídeos de
Sober (dirigido por Adam Jones e
Fred Stuhr, ganhou as categorias de "Melhor Artista Novo" e "Melhor Clipe De Hard Rock/Metal" na MTV) e
Prison Sex (primeiro clipe totalmente dirigido por Adam), o Tool conseguiu ser uma das atrações principais do Festival
Lollapalooza '93. O álbum traz também
Intolerance - que claramente faz alusões ao período em que Maynard serviu o Exército Americano nas linhas
"You lie, cheat and steal" em oposição a
"I will not lie, cheat or steal", principais princípios ensinados aos soldados). A enorme
Bottom tem participação especial de
Henry Rollins.
Swamp Song e a faixa-título fazem alusão a uso de
drogas, o tema principal do álbum. A última faixa,
Disgustipated é uma narrativa sarcástica sobre o que seria o
apocalipse que as cenouras enfrentam em todos os dias de colheita, com o som de machados e marretas marcando o tempo.
MTV, satanismo e especulações (1996-1997)[editar]
Turnês intermináveis, especulações de que a banda era adepta do
satanismo, aumentam sua popularidade a cada show. A banda não se sente ameaçada por isso, pois o que queriam era que as pessoas ficassem perturbadas e excitadas com a sua música. Na letra de
Prison Sex, por exemplo, trata de abusos sexuais que Maynard teria sofrido na infância. Isso pode te-lo tornado uma pessoa mórbida e sadomasoquista - segundo as especulações. Mas nada disso foi comprovado, e o que sabemos é que Maynard teve uma educação extremamente religiosa e opressora, que espelha sua revolta contra as novas religiões e as antigas ortodoxas.
Ænima, lançado em
1996, ganhou um título que é a junção das palavras "Anima" (termo cunhado por
Carl Jung) e "Enema" (inimigo). Durante o processo de composição, Paul D'Amour anuncia sua saída da banda. Paul resolveu dar vasão a sua paixão por outros estilos músicais. O grupo então começa a testar outros baixistas, entre eles
Frank Cavanagh do
Filter,
Scott Reeder do
Kyuss, e
Shepherd Stevenson, do
Pigmy Love Circus. O escolhido foi
Justin Chancellor, do
Peach, banda que excursionou com o Tool na
Europa em
1994. Justin não aceitou o convite de imediato, pois estava montando um novo projeto com o guitarrista de sua antiga banda (com quem tocava desde os 14 anos de idade). Percebendo que não poderia deixar a oportunidade para trás, ele entrou para o Tool. Quando o single
Ænima foi lançado, o Tool logo sofreu novamente uma represália: o clip de
Stinkfist (primeiro single do disco) foi rejeitado pela MTV, que alegou que o título da música era ofensivo. Depois de inúmeros protestos por parte dos fãs, a emissora passou a exibir o vídeo com o nome de
Track #1, por ser a primeira faixa do álbum.
Ænima é um álbum recheado de mensagens subliminares. Em quase todas as faixas, Maynard está sussurrando algo, inteligível ou não. Faixas como
Eulogy,
Forty-Six & 2,
Hooker With A Penis,
Pushit e
Ænema dividem espaço com músicas que são quase como vinhetas:
Useful Idiot,
Message To Harry Manback,
Intermission e
Die Eier Von Satan(discurso me
alemão que é nada mais do que uma receita de um tipo de biscoito cookie). Sendo o design gráfico da capa de
Ænima primoroso, recheado de holografias estranhas e soturnas, este rendeu ao grupo um prêmio por
"Melhor Embalagem de Álbum" no
Grammy de 1996. Foram indicados ainda a categoria de
"Melhor Vídeo Clip e Curta-Metragem"por
Stinkfist.
Maynard começara a se apresentar em shows totalmente careca, com o corpo inteiramente pintado ou então vestido de mulher, adicionando ainda mais estranheza à perfomance do Tool. Em meio à imensa turnê, a banda lança o single e o clipe de
Ænema, concorrendo a prêmios na MTV - que desta vez não censurou a criatividade do grupo.
Ænemaganhar então um Grammy de
"Melhor Performance de Metal", em
1997.
Após o estouro dos shows de promoção de "Ænima", o Tool resolve dar um tempo. Maynard grava a música
You Can't Kill The Revolution com o Rage Against The Machine, faz um dueto num show com
Tori Amos, cantando
Muhammad My Friend e forma o a banda
Shandi's Addiction, com
Billy Gould (
Faith No More),
Tom Morello e
Brad Wilk (guitarrista e baterista do Rage Against the Machine) para participar do disco-tributo à banda
Kiss gravando a música
Calling Dr. Love. A
Volcano Entertainment, gravadora do Tool, processou a banda por ter violado cláusulas do contrato, alegando que o grupo estaria participando de projetos em outros selos, e assim procurando novas propostas de contrato. A banda travou uma batalha com gravadora, e alegava que a mesma estaria negligenciando uma cláusula que constava no acordo original. A briga durou mais de um ano, até que no final ambas as partes resolveram fazer um novo acordo, evitando medidas judiciais. O Tool renovou o seu contrato, incluindo a gravação de mais três álbuns.
Brigas, projetos, A Perfect Circle e Lateralus (1998-2005)[editar]
Em
1998, após as batalhas judiciais, os integrantes envolveram-se em vários trabalhos paralelos com bandas amigas: Adam Jones toca em alguns shows com a banda
Melvins e monta uma banda experimental com
King Buzzo, chamada
Noiseland Arcade. Maynard começa a ter mais contato com outros músicos, organizando o projeto
Tapeworm, com
Trent Reznor e
Danny Lohner, ambos do
Nine Inch Nails. Nesta época, tocam e compoem sem compromisso, e não há nenhum registro comprovado de gravações do projeto.
Mais tarde, Maynard restabelece contato com
Billy Howerdel, técnico de som das sessões de
Ænima. Howerdel mostra suas composições e Maynard se oferece para participar do projeto que ele estava montando com a baixista
Paz Lenchantin. Está formada a banda
A Perfect Circle, que acabaria se tornando a ocupação de Maynard durante um bom tempo.
Com o Tool paralisado por conta de problemas contratuais, Maynard pode se dedicar completamente ao A Perfect Circle. Formado por Maynard, Billy Howerdel,
Troy Van Leeuwen, Paz Lenchantin e
Josh Freese, o grupo começa a tocar em shows beneficentes e abre a turnê de 2000 do Nine Inch Nails. Tentando enganar seus fãs, Maynard passa a usar uma peruca. Mas ele logo é descoberto, por causa da grande atenção que o A Perfect Circle acaba despertando com o álbum
Mer De Noms.
Quando o A Perfect Circle deu um tempo, o Tool imediatamente voltou às atividades. Para acabar com os boatos de que a banda havia acabado, eles lançam, em 2000, o box
Salival, que se trata de um
DVD com os cinco clipes da banda e um CD com faixas ao vivo e raridades. Dentre elas, versões de
No Quarter, do
Led Zeppellin,
You Lied (cover da banda Peach, de Justin Chancellor), a faixa escondida Maynard's Dick
e Pushit
, em versão ao vivo mais longa que a original onde o professor de percussão de Danny Carey, Aloke Dutta, dá uma canja. A embalagem é uma pequena caixa negra com um livreto (no mesmo estilo do álbum do show P.U.L.S.E. do Pink Floyd) com fotos de shows e cenas dos vídeos.
A banda demite o empresário Ted Gardner, que também ameaça processar a banda, alegando atraso dos honorários. Nenhuma notícia sobre o ocorrido vaza para a imprensa. Após cinco anos desde o lançamento de
Ænima,
Lateralus é lançado, send ele o álbum mais bem-sucedido do Tool, tendo atingindo a posição 1 na parada de maiores vendas de discos dos
Estados Unidos, a
Billboard 200.O grande apelo do álbum é o clipe futurista de
Schism, com a música "
Mantra" como introdução. A banda está agora revigorada, com Adam Jones mais refinado, mostrando mais técnica em seus riffs e Danny Carey se consagrando como um dos melhores bateristas do mundo, entrando em várias listas. Faixas como
Reflection e
The Patient trazem a brilhante voz de Maynard em , contrastando com as belicosas
The Grudge e
Ticks And Leeches (faixa que a banda evita apresentar ao vivo, devido o esforço vocal de Maynard). Neste álbum, a banda pode ter assimilado influências do
Hinduísmo,
filosófica e musicalmente. A banda ganha mais um
Grammy, desta vez com a música
Schism.
O Tool lança ainda os clipes de
Parabol e
Parabola - em sequência, como no álbum - resultando num enorme vídeo, que acaba dificultando a veiculação do mesmo pela mídia e pela MTV, que apesar disso passou bastante o clipe no ano seguinte. Terminada a turnê de
Lateralus em
2002, Maynard volta a se reunir com o A Perfect Circle e planeja o lançamento do segundo álbum do grupo,
Thirteenth Step. Danny Carey se dedica a estudar percussão com seu professor Aloke Dutta e a gravar com o
Pygmy Love Circus, enquanto Adam segue sua carreira com efeitos especiais e escreve material novo para o Tool com Justin Chancellor.
10,000 Days (2006-presente)[editar]
10000 Days é o quarto álbum de estúdio lançado em Maio de
2006 e tem características em comum com as do álbum
Lateralus: o design gráfico ficou a cargo de
Alex Grey, o mesmo de
Lateralus, dentre outras. Neste álbum, os elementos da música alternativa trouxeram ainda mais à tona as tendências
progressivas da banda, deixando os fãs em dúvida entre qual dos trabalhos personifica a obra-prima da banda.
O álbum, sendo um dos mais bem sucedidos da banda foi, junto com
Lateralus, o álbum com maior repercussão nas rádios da banda, foi o segundo álbum deles, após o Lateralus, que atingiu a posição 1 na Billboard 200.
Os Singles Vicarious e The Pot ganharam videoclipes oficiais, e a faixa Jambi ganhou um vídeo-fan bem famoso no
Youtube, juntando a música com o curta-metragem de Robert Morgan, The Separation, mostra a separação de dois
Gêmeos Siameses, e a sua vontade de voltar a ficar juntos.O videoclipe de The Pot, teve repercussão na
MTV, mostra uma história dessa vez ao invés de um clipe computadorizado, um clipe em desenho, de um homem que descobre que suas lágrimas fazem plantas crescerem.
Vicarious, a mais bem sucedida do álbum, atingiu a posição 2 na tabela de vendas
Alternative Songs, mais importante tabelas de vendas de Singles de
Rock nos EUA.Faixa de abertura, tem uma composição envolvente, lembrando em alguns momentos a música
Schism. Como se fosse um retrato da carreira da banda, sem deixar de ser criativa, tem guitarras explosivas e dinâmicas, cheias de riffs que alternam alucinadamente.
Wings for Marie, composta por duas partes, foi feita por Keenan devido a morte de sua mãe. Explicou numa entrevista, que sua mãe sofria de uma paralisía que a incapacitava parcialmente. A período de duração entre a paralisia e sua morte foi de exatamente vinte e sete anos igual a Dez mil dias. Atualmente a banda faz a turnê de promoção do álbum.
Integrantes[editar]
Membros Atuais[editar]
Projetos paralelos[editar]
- Para ver mais detalhes de cada membro da banda, por favor veja cada artigo respectivo.
Todos os membros do Tool possuem projetos paralelos que começaram antes ou mesmo depois do Tool, geralmente nos intervalos de turnê. Resumindo os projetos paralelos são esse a seguir:
Discografia[editar]